quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O que uma simples expressão faz com um espírito perturbado, hein!

Olá caros leitores, cá estou mais uma vez a postar.
Hoje parti para um gênero um pouco diferente do que costumo escrever. Mas enfim, a sorte está lançada!!

Neurose?

- Procurem internalizar que não existe certo ou errado tratando-se de línguas. Não é errado uma pessoa falar "nóis fui", uma vez que dentro da língua portuguesa existem variantes que se adequam a determinadas situações, lugares, etc. O que se ensina na escola e se exige em textos acadêmicos é a escrita de acordo com a variante padrão...
Até este ponto a aula estava correndo bem, mas as duas últimas palavras soou como um palavrão aos ouvidos daquelas duas garotas que não acreditavam no que estavam ouvindo. Para evitar conflitos, suportaram quietas a dor do momento. Depois dos interminaveis 15 minutos a ideia de fazer o intervalo era algo comparável a sensação de liberdade de um ex-presidiário após 60 anos de clausura. 
- Eu ouvi mesmo o que eu ouvi?
-Sim, eu também ouvi.
-Achei que estivesse ficando louca. Bom, seria melhor do que saber que a professora falou mesmo variante padrão.
-Concordo, mil vez a loucura que saber que esse termo foi criado e ainda por cima aceito nos meios acadêmicos, como assim?!
O mais cômico é o fato de elas estarem tão perturbadas com uma coisa que muitos nem lembravam mais.
-Mas...é tão óbvio que não tenho coragem nem de falar...é...
-É claro que se é variante não é padrão, variante é variante, padrão é padrão, e padrão não é variante nem variante é padrão. É a mesma coisa que falar: Ah! Minha igreja é aquela filial matriz. É ridículo.
-Aaaaaaaaaah não! Agente tem que dar um jeito nessa parafernália toda. Eu só queria saber quem, quem é o autor desse termo. Eu estou...indignada!
-Deixa eu pegar o dicionário...Variante...variante é um adjetivo, claro, que varia, difere, enfim. Agora padrão...espera...padrão, é o mesmo que o modelo, enfim, ta. Ou seja, é tudo que agente falou, mas vamos tentar montar um argumento mais técnico...Assim: se uma variante é aquilo que varia de algo, logo esse algo só pode ser o modelo o qual ela se variou. Então esse modelo é único, ele é o cara, dele parte todas as outras formas. Assim ele não pode ser variante, porque ele é modelo, isso é tão... Por exemplo, sei lá, a variante informal, sim ela é uma variante, por que informal opõe-se a formal, portanto o termo variante e o termo informal podem ser usados juntos. Mas variante é o oposto de padrão, e eles não podem ser usados juntos, é um atentado paradoxal!
-Pronto, tomei nota de tudo! Agente apresenta agora pra professora ou espera pra comprovar na nossa tese?
E a vida continua...

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